sábado, 28 de julho de 2007

A sociedade é um baile de máscaras...

“Não há privacidade que não possa ser invadida, nenhum segredo pode ser guardado no mundo civilizado. A sociedade é um baile de máscaras onde todos escondem a verdadeira personalidade revelando-a quando a escondem.”

Ralph Waldo Emerson

quarta-feira, 25 de julho de 2007

"Ainda há pastores?"

Um pouco do Portugal profundo...

domingo, 22 de julho de 2007

Aimee Mann - Wise Up

sábado, 21 de julho de 2007

Esbjorn Svensson Trio - Dodge The Dodo

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Los Lunes al Sol

Um dos melhores filmes do realismo social que vi até hoje...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Nina Simone - My Baby Just Cares For Me

Yann Tiersen aux Eurock - Rue des Cascades

A solidão humana

A solidão é o facto mais profundo da condição humana...
O Homem é o único ser que sabe que está .

Octávio Paz


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Protection - Massive Attack

sexta-feira, 13 de julho de 2007

José Afonso - A Morte Saiu á Rua

Dazkarieh

Uma das melhores bandas nacionais no seguimento da tradição celta...

http://www.dazkarieh.com

http://www.myspace.com/dazkarieh

La Valse d'Amélie

terça-feira, 10 de julho de 2007

Sambre

Uma colecção pela qual muito esperei e finalmente voilá!


Sambre - 1 - Plus ne m'est rien
Sambre - 2 - Je sais que tu viendras
Sambre - 3 - Révolution, révolution
Sambre - 3 - Liberté, liberté
Sambre - 4 - Faut-il que nous mourrions ensemble
Sambre - 5 - Maudit soit le fruit de ses entrailles
La légende des Sambre

Página do Autor: http://www.yslaire.be

Sambre Screenshots

The Birthday Massacre - Nothing and Nowhere

Um álbum com uma musicalidade profunda...


http://www.nothingandnowhere.com

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Pearl Jam - It's OK

It's Ok

It's okay, it's okay
You don't have to run and hide away
It's okay, it's okay
I love you anyway
It's okay, it's okay
You don't need to run and hide away
It's okay, it's okay
This is my life, this is my chance
This is my hope in an alleyway
This is my choice, this is my voice
There may be no tomorrow, now
This is my plea, this is my need
This is my day to be free
This is my time, this is my way
In a world that's never safe
It's okay, it's okay
You gotta let me run away
It's okay, it's okay
Oh now let me run away
It's okay, it's okay
You're gonna run and hide away
It's okay, it's okay

Pearl Jam - Thumbing My Way

Thumbing My Way

I have not been home since you left long ago
i'm thumbing my way back to heaven
counting steps, walking backwards on the road
i'm counting my way back to heaven
i can't be free with what's locked inside of me
if there was a key, you took it in your hand
there's no wrong or right, but i'm sure there's good and bad
the questions linger overhead
no matter how cold the winter, there's a springtime ahead
i'm thumbing my way back to heaven
i wish that i could hold you
i wish that i had
thinking 'bout heaven
i let go of a rope, thinking that's what held me back
and in time i've realized, it's now wrapped around my neck
i can't see what's next, from this lonely overpass
hang my head and count my steps, as another car goes past
all the rusted signs we ignore throughout our lives
choosing the shiny ones instead
i turned my back, now there's no turning back
no matter how cold the winter, there's a springtime ahead
i smile, but who am i kidding?
i'm just walking the miles, every once in a while i'll get a ride
i'm thumbing my way back to heaven
thumbing my way back to heaven
i'm thumbing my way back to heaven...

domingo, 8 de julho de 2007

Diários de Che Guevara

Para quem já passou pela América Latina, fora dos ressorts paradísicos, sabe que ainda hoje todas estas imagens continuam actuais...


Trailer do Filme:

sábado, 7 de julho de 2007

The Doors - The End

O mito!

A Carbonária em Portugal 1897-1910


A última aquisição para a estante...Do pouco que há sobre o assunto parece-me bem escrito...Fala de duas organizações carbonárias, ambas fundadas nos finais do século XIX, e que tiveram um papel determinante na preparação do advento da República: a Carbonária Portuguesa e a Carbonária Lusitana.
Um livro de António Ventura a "devorar" brevemente...

Lost In Translation / Moby - Porcelain

Um filme especial com a música ideal...

Movimentos Independentistas da Europa Ocidental


Sempre tive uma certa curiosidade em conhecer os movimentos independentistas da Europa Ocidental sendo que muitos deles sejam já defuntos da História...Ainda assim não deixam de ser importantes de observar e muitos tiveram um misticismo associado a uma corrente romântico-revolucionária tendencialmente de esquerda que lhes conferem um aura misteriosa onde ainda hoje estão por desvendar segredos e até alguns movimentos nos bastidores da História. Outros de cariz de direita independentista surgiram em reacção a certos momentos históricos dos países do qual fazem parte. A lista de regiões com tendências separatistas pela Europa fora é longa e assim sendo resolvi apenas destacar aquelas em que existiram movimentos rebeldes ou de libertação armados onde de facto as suas ambições se fizeram ouvir ainda que por vezes não da melhor forma.
Ao longo do tempo tentarei também aprofundar mais cada um dos grupos em questão.



Portugal:


Espanha:


França:



Reino Unido:






Outras ligações:

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_active_autonomist_and_secessionist_movements

http://members.optusnet.com.au/~dploy/stateless/alphabet.html

http://www.crwflags.com/fotw/flags

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Airbus A380 em 7 minutos

A luz do gigante!

Prometeus - The Media Revolution

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Eyes Wide Shut Trailer

Sem dúvida um dos filmes mais misteriosos e ocultos de sempre... a obra-prima do mestre Kubrick...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Pearl Jam @ Lisbon 04.09.2006



Memorável...

God Be With You Ireland

It's A Fire - Portishead

Trilhos de Sintra III- Das trevas à luz .'.


Com estas fotografias termino a série Das Trevas à Luz.'. desde a escuridão da serra ao sol das praias cheias de brilho.







Série III - Das trevas à luz .'. , Julho 2006, Gil Gonzaga

The Wind That Shakes the Barley - Brisa de Mudança

Irlanda, década de 1920, trabalhadores da cidade e do campo unem-se para formar uma guerrilha com vista a enfrentar os impiedosos esquadrões "Black e Tan" que, vindos de Inglaterra, irão tentar reprimir a tentativa de independência irlandesa. Guiado por um forte sentido patriótico, Damien abandona a sua carreira de médico e junta-se ao seu irmão, Teddy, numa perigosa e violenta luta pela liberdade. As ousadas tácticas de guerrilha dos lutadores irlandeses levam os ingleses a um ponto de ruptura e ambos os lados finalmente concordam em assinar um acordo para evitar mais sangue. Apesar da vitória aparente, irrompe a guerra civil e membros de famílias que lutaram lado a lado estão agora uns contra os outros, encarando-se como inimigos e pondo a sua lealdade à prova. Depois de Land and Freedom e The Navigators, "Brisa de Mudança", o último filme de Ken Loach, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes 2006, promete ser mais uma obra-prima no seguimento das outras duas. A não perder!

Fada Verde - Fée Verte - Green Fairy

O Absinto ou Fada Verde, para os amigos mais chegados, deriva de uma planta medicinal também conhecida como Artemisia Absinthium e é tipicamente conhecida como sendo um licor embora esta terminologia não esteja totalmente correcta pois a sua composição é livre de açucar. A sua preparação tornou-se um ritual tão importante quanto a essência da própria bebida. As origens da sua produção são difusas embora se saiba que começou por volta de 1790 quando o médico e monárquico francês Pierre Ordinaire, exilado na Suíça, utilizou a planta Artemisia Absinthium para fabricar uma poção digestiva. Poucos anos depois adicionou álcool à fórmula para aumentar ainda mais os seus efeitos. Na sua composição estão o anis e uma diversidade de ervas em que se destaca a Artemisia Absinthium, responsável pela polémica em torno do absinto, por conter substâncias alucinogénicas. Contudo o auge da sua popularidade foi em terras gaulesas principalmente nos cafés e bistrots parisienses no final do século XIX e princípio do século XX sendo que os adeptos de primeira linha eram os artistas e a comunidade literária que buscavam sensações novas como meio de criação e imaginação. Foi também muito popular na República Checa durante os anos 20 nomeadamente entre a comunidade intelectual frequentadora do Cafe Slavia que absorvia todas as tendências proveniente da cidade da luz. A Fada Verde tornara-se portanto um mito, muito devido à sua proibição na maior parte dos países europeus, com excepção de Portugal e Espanha, e mesmo nos EUA que a consideravam uma droga com efeitos psicotrópicos causadora de grandes distúrbios. Essa noção de ilegalidade levou a que o absinto se torna-se extremamente popular até como símbolo de oposição à moralidade estabelecida.
Apesar de todas as perseguições às destilarias estas continuaram a trabalhar de forma clandestina o que levou ao encarecimento desta bebida espirituosa e assim o acesso ao seu consumo passou a ficar restrito à burguesia frequentadora de casas nocturnas e aos excêntricos artistas boémios. Durante quase um século só alguns poderiam tocar na Fada Verde e descobrir as suas propriedades. Mas durante os anos 90 o absinto voltou a renascer e actualmente a sua proibição quase desapareceu muito embora o controlo da sua produção seja apertado. Existem várias marcas com diversas percentagens de álcool mas a mais conhecida de todas sempre foi a Pernod Fils com 68% . Muitos foram os artistas que de certa maneira mistificaram a Fada Verde como por exemplo Vincent van Gogh, Édouard Manet, Guy Maupassant,etc... e mais tarde figuras como Pablo Picasso, Oscar Wilde e Ernest Hemingway que incluiram nos seus trabalhos referências a ela muito provavelmente fruto das duas experiências compulsivas.

Para os mais incautos aqui fica um conselho...não deixem que a Fada Verde se apodere de vós e vos roube a alma no fundo do copo. Cheers!!!


The end of the Green Fairy, cartaz de Albert Ganter criticando a proibição do absinto na Suiça em 1910


"Absinthe Drinker" , Viktor Oliva

Cinco Lounge


Um dos melhores locais para deambular na noite de Lisboa. Poderei mesmo dizer um dos poucos espaços dedicados e influenciados pelo eclético movimento do Bristol sound.

Espaço Musical - Ashfield


Ashfield - One Two Three



Ashfield - Boulevards



Página Oficial dos Ashfield

Les Compagnons du Tour de France - Parte I

Os Compagnons são ainda hoje, passados alguns séculos, os herdeiros dos construtores de catedrais que com toda a sua mestria ergueram muitas das esplendorosas igrejas da Europa setentrional. Recentemente foram responsáveis pela construção da Torre Eiffel, os envasamentos da pirâmide do Louvre, a renovação da Estátua da Liberdade e na grande conquista europeia que foi a união da Grã-Bretanha ao continente, o Túnel da Mancha. Nos últimos anos nenhuma grande obra em terras gaulesas foi realizada sem que a sua marca estivesse presente.

Estes homens, diz-se, serem ainda hoje os fiéis depositários dos segredos dos operários da cristandade, herdeiros dos saberes antigos, que sabiam interpretar a geometria sagrada e aplicá-la na edificação dos templos.
Actualmente agrupam-se em três grandes famílias e estão presentes nas empresas de diversos países. Têm diversas profissões relacionadas com as artes médias como carpinteiro, estucador, padeiro, canalizador,vidraceiro,etc…
O segredo, de que se diz serem possuidores, para uns será o esoterismo presente no seu trabalho, mas para outros nada mais será do que o compromisso de cada um no seio de uma irmandade que coloca, acima de tudo, o valor pelo trabalho bem feito.
Os Compagnons baseiam a sua fundação no mito da construção do Templo, destinado a recolher a Arca da Aliança. Salomão inicia então a construção do Templo e contrata Hiram ( arquitecto ) e recrutando operários em todo Israel. Hiram tinha a seu cargo setenta mil serventes que carregavam os fardos e oitenta mil extraiam e trabalhavam as pedras na montanha; os que dirigiam a obra eram cerca de três mil e davam ordens ao povo e aos que trabalhavam. Esta lenda representa para os Compagnons, o baptismo mítico, que fixa a tradição iniciática no mais íntimo da herança herança judaico-cristã e expõem o ideal: três graus de artesãos – executantes, canteiros e mestres – trabalham sempre com a preocupação de perfeição na criação de uma obra-prima, qualquer que ela seja. As tradições das corporações de ofícios substancialmente pela importância que dão a esta ou aquela figura tutelar como é o caso de Salomão que, no Dever de Liberdade, rito do século XIX, se torna protector dos canteiros e carpinteiros. Associa-se-lhes geralmente a figura de Hiram Habif, arquitecto do Templo, assassinado por três maus companheiros ávidos de terem acesso aos seus conhecimentos e segredos. Outro rito, o do Dever, valoriza mais as figuras de mestre Tiago e o padre Soubise. Faz destes arquitectos companheiros de Hiram que após a construção do Grande Templo, deixam Jerusalém e regressam a França. Durante a viagem de regresso a casa os mestres têm uma querela e separam-se, tornando-se protector dos canteiros e Soubise protector dos carpinteiros.

Before Sunset

Modigliani

Charlotte Gray


Em 1943 o mundo está em guerra.
Charlotte Gray, uma jovem escocesa, é lançada de pára-quedas por detrás das linhas inimigas, no sul de França. Oficialmente foi recrutada pelo governo britânico na tentativa de fazer contacto com um grupo de resistência local. Oficiosamente Charlotte procura o seu namorado, um piloto inglês desaparecido em combate após o seu avião ter sido abatido. À medida que se vai entranhando no seio dos Maquis, chefiados localmente por Julien Levade, vai-se apercebendo que o seu amor pela França e pelas suas gentes irá mudar a sua vida para sempre.
Este é sem dúvida um dos filmes mais bonitos que vi até hoje sobre la Résistance e o modo como estes combateram primeiro o governo de Vichy e mais tarde as tropas alemãs que ocuparam o território gaulês durante a Segunda Guerra Mundial.

Lie With Me



Cru, honesto, intenso e profundo!

Os Eunucos


Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os mais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os país

Em tudo são verdugos mais ou menos
No jardim dos harens os principais
E quando os mais são feitos em torresmos
Não matam os tiranos pedem mais

Suportam toda a dor na calmaria
Da olímpica visão dos samurais
Havia um dona a mais na satrapia
Mas foi lançado à cova dos chacais

Em vénias malabares à luz do dia
Lambuzam da saliva os maiorais
E quando os mais são feitos em fatias
Não matam os tiranos pedem mais


"Zeca" Afonso

Brassaï

Um dos melhores!
Como tinha uns trocos a mais resolvi fazer uma nova aquisição para a biblioteca...






“Brassaï is a living eye,” wrote Henry Miller of the Hungarian–born artist who adopted Paris after World War I and became one of its most celebrated photographers. Originally a painter before he moved on to writing, sculpture, cinema and, most famously, photography, Brassaï (1899-1984) was a member of Paris’s cultural elite, counting Miller, Picasso, Sartre, Camus, and Cocteau, among his friends. Camera in hand, he scoured the streets and bars of Paris, unabashedly capturing the city’s inhabitants in their natural habitats. Prostitutes, hoodlums, and other ‘marginal’ characters were the most famous heroes of Brassaï’s moody, gritty photographs taken often by night. Including an extensive selection of Brassaï’s finest photographs and an essay describing his life and work, this book explores the world of Brassaï in thematic chapters: Minotaure magazine, Paris at Night, Secret Paris, Day Visions, Artists of My Life, and Graffiti and Transmutations

Fight Club



Simplesmente o melhor!

For what purpose? We don't know ! In Tyler We Trust !


"Man, I see in Fight Club the strongest and smartest men who've ever lived. I see all this potential, and I see us squandering it. God damn it, an entire generation pumping gas, waiting tables; slaves with white collars. Advertising has us chasing cars and clothes, working jobs we hate so we can buy shit we don't need. We're the middle children of history, man. No purpose or place. We have no Great War. No Great Depression. Our Great War's a spiritual war... our Great Depression is our lives. We've all been raised on television to believe that one day we'd all be millionaires, and movie gods, and rock stars. But we won't. And we're slowly learning that fact. And we're very, very pissed off!" Tyler Durden, in Fight Club

Fight Club Quotes

Sintra - Quinta da Regaleira


De olhos bem fechados!

Sintra - Palácio de Monserrate


Um espaço muito especial!

Epic 2014 Premonition


Will be this way?

Coldfinger - Medicine


A Diva!

Momentos Nocturnos












Momentos Nocturnos , Novembro 2006, Gil Gonzaga

Palavras à medida

Cheguei a casa e na minha leitura diária encontrei um artigo que considero muito bom.
Aqui repasso na íntegra um texto produzido por um amigo. Por questões de privacidade assina apenas guenon .

"Quando se deu o 25 de Abril (sim, foi-nos dado, e ainda bem que o agarrámos!) eu tinha 21 anos. O que, aliás era normal, naquela época. A maior parte das pessoas tinha vinte e tal anos. (Hoje, se descontarmos os putos e os jovens, estamos todos bastante mais velhos…). Eu era, na altura, um dos muitos estudantes universitários não alinhados com o “sistema”, iniciado nos autores de esquerda franceses, através dos meus irmãos mais velhos, nos movimentos comunitários anglosaxónicos e israelitas, através da minha própria vivência geracional, e numa cultura de valores (versus interesses) e de profundo humanismo, através dos meus pais. O poder vigente repugnava-me, até porque o senti e experimentei, via Mocidade Portuguesa (vulgo “bufa”!), e as organizações “anti” atraíam-me, embora um forte sentido libertário (de livre pensamento) não me permitisse, à época, a militância que me era exigida. Estava lá, não estando, espreitava, mas os valores que me eram transmitidos (URSS, China, Albânia), não me convenciam… Valeu-me, contudo, a irrequietação que me lançou em frequentes viagens pela Europa e América do Norte, para locais onde se vivia o sentido comunitário, a discussão das lutas contra o capitalismo, os imperialismos, e o materialismo… Resultou daí que hoje sou um erudito teso, um cidadão, pai, profissional e professor que dimana saberes e valores, que os bancos obviamente desconhecem, e que pouco adquirem nas caixas anónimas dos supermercados…Estive no Largo do Carmo, naquela manhã de Abril, barbado e apreensivo como tantos outros que, como eu, temiam que se tratasse de um golpe interno de troca de cadeiras dentro do “sistema”. Na ESBAL, ali ao lado, percebi que havia algo que o movimento revolucionário em curso nos deixava agarrar, contudo, nas nossas mãos… O 1.º de Maio foi a síntese e o início: tudo viria a ser possível, até mesmo o estado das coisas que hoje presenciamos… Espreitei partidos (em particular o MES), trabalhei no SAAL, viajei, aprendi, estudei… penso mesmo que cresci. Partilhei com muitos um certo sentido de democracia e de cidadania que nada tem a ver com o actual estado de coisas… (há dias, ao rever o espectáculo do Zeca Afonso no Coliseu – 1983 - numa emissão televisiva, reencontrei-me com esses valores telúricos de uma cidadania romântica, mais próxima do poema do que do poeta, mais próxima do ser do que do ter….). Deixei-me guiar pelas musas em que fui tropeçando, algumas delas também transportando em mim. São coisas muito chãs que me guiam, como conceitos, porventura pueris… Palavras como amor, fraternidade, felicidade, partilha, liberdade, encharcam-me os poros e deleitam os meus sonhos e as minhas convicções…Atrapalho-me muito com conceitos como “os fins justificam os meios”, “estratégia”, “estatística”, etc… Quando era puto, perguntei à minha mãe, em face da percepção que ia tendo das coisas que vivia e presenciava: “Mãe, nós somos ricos ou pobres?”. Ela respondeu-me: “Nem uma coisa nem outra, somos remediados”… Levei muito tempo a apreender o verdadeiro significado desse termo: “remediado”! Mas penso ter percebido, de imediato, que pertencia a essa faixa social que atravessa a humanidade sofredora: nem suficientemente bem para estar óptimo, nem suficientemente mal para estar péssimo: a imagem redutora de uma classe (dita) média, que percebe as coisas, mas dificilmente age sobre elas: ou porque é demasiado pobre para ter poder, ou porque é demasiado culta para ser servil….Remediado, porque consciente: toma o remédio, quem sabe que a doença é, porventura, ultrapassável… Pergunto-me, existirá uma “Democracia Portuguesa?”. Isto é, em que medida é que este sistema a que nos habituámos a chamar democrático (será realmente?) tem alguma especificidade nacional, portuguesa? Temos, de facto, uma Constituição, que nos protege das agruras totalitárias do passado (mas não das novas formas de ditadura, com que convivemos no quotidiano) e que nos abre portas para uma suposta Liberdade (de dizer coisas, emitir opiniões, votar, escolher entre aquilo que o poder económico e político nos presenteiam)… Mas, teremos de facto encontrado o verdadeiro exercício da cidadania? Esse que nos permite agruparmo-nos em defesa de valores, princípios e objectivos, independentemente dos artigos que nos são expostos? (partidos, supermercados, etc….). A nossa escolha reflecte mesmo uma vontade e uma fé, ou apenas a angústia de quem, no restaurante, escolhe entre os pratos disponíveis, sem poder confeccionar o que realmente lhe apetecia comer? Será este regime democrático algo ainda, uma quimera em construção, ou apenas a sistemática reparação e restauro daquilo que já não serve, porque nunca foi verdadeiramente concebido para servir, mas apenas para remediar… Teremos mesmo que ser eternamente remediados? Será mesmo a felicidade uma coisa inatingível, apenas dependente de paixões ou de valores materiais? Não haverá outros caminhos para a igualdade, apoiados numa justa redistribuição das riquezas e das vontades, capacidades, vocações, …? Será o ensino da matemática e das ciências ditas exactas mais importante do que o da expressão artística, da sensibilidade, da música ou do desporto? Se sim, porquê? Já alguém se perguntou porque é que a grande maioria dos jovens portugueses que pretende ingressar na universidade se subdivide entre Saúde (Medicina) e Arquitectura? As ciências e as Artes? Será um fenómeno sociológico? NÃO! Eu estou em crer que se trata de um fenómeno ilógico e muito pouco social: o nosso sistema educativo (ou melhor, de ensino) não atrai: repele! Não procura desenvolver aptidões: reprime-as! Flutua ao sabor das opções pessoais e específicas de quem o vai dirigindo (porque ninguém o dirige, um sucedâneo de alguéns o vai dirigindo, em função dos ventos e das feições…). Algum pai dito normal se preocupa com a negativa de um filho adolescente a Educação Visual, Educação Física ou Educação Musical (admitindo que estas “educações” existiriam…)? AH! Mas a Matemática, os erros de ortografia no Português… isso é que é imperdoável! E o sonho, a criatividade, a expressão, a que mundo pertencem? Ao da Cultura? (essa coisa chata que se subsidia, para inventar museus e auditórios…). A Cultura, esse substracto da sociedade de consumo, que permite a aberração das coisas inúteis e a inutilidade das coisas aberrantes e absurdas… é algo que nos é exterior, que se adquire, quando sobra o dinheiro da mercearia, que se colecciona quando a bolsa está em baixa… Uma mercadoria chamada cultura, tal como se chama desporto ao negócio do futebol profissional… A cultura, tal como a entendo, e entendem também os velhos agricultores, é uma coisa muito distinta dessa, e não se resolve nem em ministérios nem em secretarias de estado, nem em supostas páginas culturais dos meios de comunicação social… A cultura descobre-se em casa e aprofunda-se na escola. E que outro significado tem a palavra escola que não este?"

guenon

Citações

"O caminho para o mistério não se faz pelo conhecimento ou pela pureza da vida, mas sim pela iniciação. Não é fácil encontrá-lo, bem como encontrar o ponto de entrada, a energia para lá se manter, ou a atitude para permanecer na vida. No entanto, uma vez que se dê o passo inicial com coragem e abandono, o resto, embora seja de certo modo árduo, acaba por se tornar mais fácil."

Thomas Moore

Estudos Pós-Modernistas: Conceitos e Impressões


Pós-Modernismo

O Pós-Modernismo é a subversão da moral e da ordem estabelecida nas sociedades modernas. Esta tendência, ou corrente de pensamento, caracteriza-se pela ideia de resistência a uma dominação normalmente imposta pelo racionalismo e pelos métodos de controlo centralizados em qualquer sistema organizacional modernista.
Inerente a esta corrente está a noção de sujeito individual fascinado pelo mundo e ambiente urbano com tendências decadentes mas intrinsecamente progressistas de inspiração tecnológica.
Falar de pós-modernismo significa, também, defini-lo segundo várias comparações de estilo em relação ao modernismo. Enquanto este se caracterizava pela necessidade de uma ordem hierárquica, em que a razão (logos) invariavelmente acabaria numa linha de pensamento continua e formal, o pós-modernismo tem no seu fundamento a dispersão das ordens convencionais no sentido de estabelecer uma ordem equilibrada para cada célula desse conjunto.
A falta de verdades absolutas, uma esfera de ficção misturada com factos, influenciada pela necessidade de criatividade e de mudança concorrente e a vontade de reagir e participar activamente, marcam esta corrente que tem desenvolvido raízes na efervescência de movimentos ou tribos da cena undreground, sempre associada a um romantismo dionisíaco. O conceito de amor pós-modernista adopta a acidez contrariando a noção clássica adocicada.
A multiplicidade eclética que caracteriza este movimento permite que o indivíduo possua várias identidades como num baile veneziano. A vida dupla como sintoma libertário das responsabilidades impostas pela concorrência social.
A sociedade pós-moderna dominada pelo poder da imagem, como as guerras em directo, fabrica os seus próprios medos: a ameaça nuclear, o terrorismo, os crashes económicos e a corrupção provocando a neurose colectiva, instalando a insegurança psicológica potencialmente perigosa na garantia das liberdades individuais e colectivas. A era pós-moderna impôs ao indivíduo uma dor anestésica e uma ideia de esperança que a realidade traduz por uma incerteza de sacrifícios para que o amanhã seja hipoteticamente melhor.
Artisticamente o pós-modernismo vai beber ao goticismo, ao expressionismo e a algum simbolismo a sua tendência obscura e taciturna, diminuindo a sua idealização da realidade, em busca das experiências sensoriais, embora podendo ser uma via de protesto político através da cor e da iconografia como forma de provocar a explosão emocional.

Série Alis Ubbo II








Série Alis Ubbo II , Agosto 2006, Gil Gonzaga

Pérola do Atlântico II









Série Pérola do Atlântico - Madeira, Julho 2006, Miguel Marques

Pérola do Atlântico I











Série Pérola do Atlântico - Madeira, Julho 2006, Ju Beirão